Comunismo: Saiba mais sobre a ideologia política coletivista
O socialismo e o comunismo são termos frequentemente discutidos no cenário político, trazendo diversas opiniões e interpretações. Ambas as ideologias têm como objetivo central a criação de uma sociedade mais igualitária, mas diferem em seus métodos e visões para alcançar esse resultado final.
O socialismo, é a fase antecedente do comunismo, que tem como ideologia, reduzir as disparidades econômicas e sociais através de uma intervenção estatal. A ideologia propõe a propriedade coletiva ou controle estatal (diferente do comunismo, o socialismo ainda tem o Estado) dos meios de produção, distribuição e troca. Isso significa que setores-chave da economia, como indústria e serviços essenciais, podem ser propriedades públicas. No socialismo, os meios de produção, como fábricas, terras e recursos naturais, são propriedade do coletivo (sociedade como um todo) ou do Estado. Isso significa que a propriedade privada dos meios fundamentais de produção, que é uma característica central do capitalismo, é substituída por formas de propriedade que visam beneficiar toda a sociedade.
Os trabalhadores podem ter voz nas decisões importantes, como investimentos, metas de produção e distribuição de lucros.
Além disso, o socialismo busca promover um sistema de bem-estar social, com serviços públicos financiados pelo Estado, como saúde e educação, sempre visando garantir o acesso para todos.
O comunismo, por sua vez, representa a forma final do socialismo. No comunismo, não só os meios de produção são coletivamente controlados, mas a propriedade privada é completamente abolida, levando a uma sociedade sem classes sociais e sem Estado. A visão comunista ideal é a de uma sociedade onde todos contribuem de acordo com suas habilidades e recebem de acordo com suas necessidades. Nessa fase, busca-se eliminar gradualmente as desigualdades remanescentes e construir as bases para uma sociedade comunista.
O ideal é a propriedade coletiva de todos os meios de produção. Não há classes sociais distintas, e a produção é organizada para atender às necessidades da comunidade. Durante essa fase, a medida em que as contradições de classe diminuem, o Estado se torna obsoleto, dando lugar a uma sociedade totalmente cooperativa e igualitária.
Comunismo no Brasil
Assim como em outros países, os brasileiros foram fortemente cativados pela ideologia comunista, na época, recém implementada na Rússia (1917) após uma revolução que conspirava o regime absolutista, autoritário e desigual vigente no país. Essa revolução foi conhecida como Revolução dos Bolcheviques, que comandados por Lenin e o partido comunista, deram fim ao regime, surgindo assim, a União Soviética que serviu de inspiração para grandes nomes apoiadores da ideologia, que serão apresentados em breve.
Inspirado no socialismo científico de Karl Marx e Friedrich Engels, principalmente no livro “O Capital” de Marx e “O estado e a revolução” de Lênin, Luis Carlos Prestes teve grande participação no Tenentismo brasileiro, movimento político-militar que se desenvolveu durante o período de 1920 a 1935, aproximadamente, sob a liderança dos “tenentes”, nome com que ficaram conhecidos os oficiais revolucionários da época, nem todos verdadeiros tenentes, mas em sua grande maioria oficiais de baixa patente. Em geral, o grupo realizava protestos que buscavam reivindicações político-econômicas. Prestes foi grande percursor da ideologia comunista dentro e fora do Brasil, geralmente, com uma participação estratégica.
Em 25 de março de 1922, surge no Brasil o Partido Comunista Brasileiro (PCB) com base nas ideias marxistas e lenistas, buscavam representar a classe operária brasileira e auxiliar na luta proletária internacional. O partido mantinha estreita relação com o Partido Comunista da União Soviética (PCUS), recebendo apoio financeiro, estratégico e orientações políticas. Essa forte relação foi também motivo para a ilegalização do partido, decisão que veio do presidente da época, Epitácio Pessoa (1965–1942) e perdurou até 1927, quando voltou a legalidade.
Lembrando que o contexto da época era de um país que havia recentemente abolido a escravidão, deixando várias pessoas, em sua maioria pessoas recém libertas da escravidão, sem emprego e condições para viver. Um verdadeiro cenário de desigualdade social, por isso, a importância e adesão do partido que lutava pela classe mais afetada na época, buscando garantir direitos e representatividade.
Referências
POLITIZE!. “O BRASIL QUASE FOI COMUNISTA” | A HISTÓRIA DO COMUNISMO NO BRASIL | ERA UMA VEZ NO BRASIL 3. Youtube, 24 de Julho de 2023. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ddPeAnKGyGQ
GRESPAN, J. Marx: Uma Introdução. [s.l: s.n.].
MARX, K. SALARIO, PREÇO E LUCRO. [s.l: s.n.].
VLADÍMIR ILITCH LÊNIN. O que fazer? [s.l.] Boitempo Editorial, 2020.